Em tempos de valorização da natureza, o ecoturismo tem conquistado um grande número de adeptos. O município de Tavares, a 230km de Porto Alegre, é destino imperdível para apreciadores dessa modalidade, uma vez que abriga 80% do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, local perfeito para observação de aves.
Há mais de 400 anos, a área de 34 mil hectares era habitada por tribos de índios Tupi-Guarani. Depois, a região foi colonizada por açorianos. Em 1986, foi criado oficialmente o Parque Nacional.
No verão, é maior a presença de aves migratórias, como o flamingo, ave símbolo do parque.
Os maçaricos – vindos da América Latina, Estados Unidos e Canadá – se somam às mais de 220 espécies de aves que buscam se alimentar com moluscos, crustáceos e micro-organismos abundantes na lagoa.
As dunas, banhados, capões de mata nativa servem de abrigo também a capivaras, tamanduás e até para jacarés-de-papo-amarelo, estes ameaçados de extinção.
A entrada do parque fica a 5km do centro da cidade de Tavares. E o passeio garante muitas descobertas a cada momento.
As dunas despertam o lado infantil do visitante, que vira criança no sobe, desce e escorrega pelas areias fofas.
O gado e os cavalos convivem com o ar da lagoa e a brisa do mar próximo
A Lagoa do Peixe fica entre Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos. Percorrendo o parque, uma estradinha leva direto ao mar
As cores vão mudando com a posição do sol
O Parque não tem guia. Em Tavares, é possível encontrar guias do Ibama para visitas monitoradas. Empresas especializadas também oferecem guias para percorrer a região e treinados na observação de aves.
Dicas
*A entrada é gratuita.
* É proibido acampar.
* De veículo 4×4 é possível chegar a Mostardas e São José do Norte, que abrigam os 20% restantes de área do Parque.
Hospedagem
Fui a Tavares a convite das professoras do curso de Gastronomia da PUC Maria Rita Cuervo e Juliana Noal, para um encontro com as mulheres quilombolas que nos falariam sobre a tradição culinária que elas ainda mantêm.
O cardápio escolhido pela professora Maria Rita incluiu peixes, aipim e o cordeiro salineiro, típicos da região.
Ficamos hospedados em uma das cinco casas na Aldeia Santuário das Aves, um hotel fazenda de muita tranquilidade e preservação da natureza. A fazenda fica na RST 101, km178.
A nossa tinha quatro quartos e uma lareira que permaneceu acesa todo o tempo, afinal era inverno, e as temperaturas estavam muito baixas.
A natureza local é surpreedente.
O ecologista Francisco Milanez foi um assador perfeito ao preparar o saboroso cordeiro salineiro.
O assado ficou fantástico.
Aproveitando o fogo de chão, o espinhaço de ovelha foi sendo preparado já durante o almoço. Confesso que cobicei as panelas de ferro.
Esse trio – Manu, Juliana e João – fizeram da minha viagem uma divertida e saborosa aventura.