Se você acredita que conhece a cozinha brasileira, mas nunca foi a Belém, vai descobrir que ainda tem muito a degustar. O Pará reúne um manancial de ingredientes e sabores desconhecidos da maioria da população do país. Basta uma visita ao mercado Ver-o-Peso para ficar fascinado com a diversidade de produtos. Isso sem falar da saborosa cozinha e do receptivo povo amazônico.
O início da jornada deve ser, obrigatoriamente, no símbolo da gastronomia amazônica, o mercado Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina. Não esqueça o filtro solar e roupas muito leves, porque em Belém o calor é sufocante, devido às altas temperaturas e à grande umidade, o que causa chuvas rápidas todos os dias e o ano inteiro. Tem até uma brincadeira de que os paraenses marcam compromissos para antes ou depois da chuva.
Aqui, uma pausa para uma curiosidade: em 1688, o Porto do Piri ganhou um posto fiscal, que era o lugar de ver o peso das mercadorias que saiam ou chegavam à Amazônia e arrecadar os impostos. Com o passar do tempo, se tornou Ver-o-Peso, um dos principais pontos turísticos do Pará.
O mercado é dividido em setores. Comece conhecendo a área destinada à comercialização de peixes e frutos do mar. Certamente, você será surpreendido pela variedade de pescados de rio e de mar.
Entre eles, o filhote, de carne branca e firme – o tamanho das postas surpreende – , e o gurijuba, que é defumado com especiarias e conhecido como haddock paraense.
O setor de farinhas desafia o conhecimento. São tantas as gramaturas que fica difícil escolher. Tem farinha fina, média, grossa e flocada. Farinha branca e amarela. Farinha de mandioca, de tapioca, para farofas, goma.
Siga em frente e vá conhecer o mais fantástico setor do Ver-o-Peso, o das frutas. Quem mora na região Sul ficará ainda mais encantado, afinal algumas delas dificilmente chegam ao outro extremo do país. Cupuaçu, buriti, taperebá, bacuri, jenipapo, guaraná, pupunha, jambo, açaí e graviola perfumam o ar. Nos meses de janeiro e fevereiro, é a safra de manga.
A castanha do Pará é um dos produtos regionais mais procurados.
O quebrador de castanha se tornou uma atração turística.
As barracas de comida do Mercado são concorridíssimas. Faz sucesso por lá o prato típico paraense, o pato ao tucupi com jambu, erva que adormece a boca. O tucupi é vendido em garrafas pet e não podem faltar na cozinha paraense.
No balcão, do café da manhã até a noite, pirarucu com açaí. O peixe é salgado como bacalhau.
Tem ainda o pupunha cozido e passado na manteiga
A maniçoba, comida indígena conhecida como feijoada paraense que tem como ingrediente a maniva, folha da mandioca brava. De preferência com um toque de pimenta de cheiro, típica da região.
O artesanato faz referência aos animais que habitam a região amazônica
A palha e o barro fazem parte dos utilitários dos moradores locais, principalmente a cestaria, para os pescadores.
O Ver-o-Peso é um mundo, um lugar para se conhecer e voltar muitas e muitas vezes.
DICAS
* Confira as ervas, banhos e poções da mais famosa comerciante do Mercado: Bete Cherosinha. Ela garante que tem cura para tudo.
* Mantenha um olho nas atrações do Ver-o-Peso e outro em seus pertences, os roubos são frequentes.
* Deixe o preconceito de lado e experimente o pirarucu salgado com açaí e tapioca numa das muitas bancas locais.
* Os sorvetes e os sucos naturais de frutas regionais são quase obrigatórios.
* Não esqueça protetor solar, chapéu, roupas leves e óculos de sol, não importa a época do ano, as temperaturas são muito altas.
O QUE COMPRAR
Cachaça de Jambu
Castanha do Pará
Queijo da Ilha de Marajó
Farinha amarela
Pirarucu salgado
Chocolate da Ilha do Combu
ALÉM DO VER-O-PESO
O Pará oferece aos visitantes diferentes emoções. Quem prefere a vida urbana pode se restringir a Belém. Mas quem gosta de ir mais a fundo nas experiências basta pegar um dos muitos barcos disponíveis e viajar pelas águas do rio Guamá, que banha a capital paraense, para desvendar um novo mundo.