O vinho mantém entretidos o coração, a fé e até a razão. Uma taça compartilhada reforça amizades, ameniza tristezas, desperta paixões. A bebida de Baco conduz a viagens pelo mundo em diferentes sabores e aromas. Cada vinho tem personalidade própria, tem vida e, por isso, merece atenção especial para descobrir suas nuances.
Um dos grandes desafios de harmonizar vinhos e cozinha baiana é a profusão de sabores e aromas marcantes. Para acompanhar tanta potência, o vinho também deve apresentar sabores intensos. Mas só isso não basta.
A moqueca, por exemplo, é um prato untuoso, encorpado, suculento e com a força dos sabores do pimentão, do coentro e ainda do dendê e do leite de coco. O que exige, de preferência, um vinho branco com boa acidez, bom corpo e bastante frutado.
Experimentei com um Chardonnay da vinícola Viu Manent, com 93% de Chardonnay e 3% de Viognier, do Vale do Colchagua. Frutado, com aromas que remetem a melão, abacaxi e um leve toque mineral. Bom corpo e boa acidez. A acidez do vinho foi perfeita para enfrentar a untuosidade da moqueca, assim como a potência de sabores.
É claro que o que prevalece é o gosto pessoal, mas vale experimentar um Sauvignon Blanc aromático e com boa acidez, assim como, se abusar um pouco mais da pimenta, quem sabe um rosé aromático, com muita fruta e frescor?