Antes mesmo que o dia amanheça completamente, é possível ouvir os pássaros alvoroçados, com cantos diversos em homenagem a mais um dia que promete ser de sol e calor.
O verão, que a tantos atormenta, é minha estação predileta. Parece aquecer não apenas o corpo, mas a alma. A pele ganha tons dourados, há desfiles de roupas casuais, leves e coloridas.
É uma delícia percorrer os parreirais e sentir o aroma doce de uva madura. Aplacar o calor com uma taça de espumante gelado e se deliciar com pães ainda mantidos sobre as palhas de milho em que foram assados, queijos, salames e geleias produzidos ali na Serra por mão calejadas pelo roçar das enxadas.
A toalha xadrez, estendida à sombra, autoriza um breve descanso, uma conversa animada e risadas sinceras. O chapéu de palha volta à cabeça, como um elmo que protege contra o implacável sol. E novamente a colheita é retomada, num trabalho cuidadoso e sincronizado como pede a época da vindima.
Em tempo de vindima
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