Viagens e boa mesa fazem parte da arte de bem-viver. Ao percorrer novos caminhos, é possível conhecer diferentes sabores, aromas e cores. Procurei compartilhar aqui algumas de minhas experiências gastronômicas, minhas saborosas viagens.
Pousadas de capuchinhos são opção de turismo na Serra Gaúcha
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Uma forma diferente de turismo une fé, mesa farta, lazer, bons vinhos, cultura e história. Na pequena Vila Flores, a 180km de Porto Alegre, na Serra Gaúcha, a Vila dos Capuchinhos engloba duas pousadas com águas termais, vinhedos, trilhas, religiosidade e muita gastronomia.
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No início, em 1896, os missionários capuchinhos vindos da França se estabeleceram em Garibaldi. Em 1949, construíram o seminário dedicado a São Francisco de Assis, em Vila Flores, então distrito de Vacaria, para estudantes religiosos, chegando a abrigar 300 seminaristas. Como precisavam de fonte de renda para o auto-sustento, sob influencia do Frei Fabiano, plantaram as 3.000 mudas que dariam origem aos vinhedos, que hoje dividem espaço com bosques e lagos nos 32 hectares de área da propriedade.
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Com o passar do tempo, houve a redução do interesse pela formação religiosa, então os freis resolveram se dedicar a promover turismo e outras atividades agrícolas, além da pastoral. O antigo prédio do seminário foi, então, transformado em pousada e os principais atrativos passaram a ser as piscinas de águas termais (a 44 graus) e a vinícola.
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Em agosto deste ano, no dia 11, dedicado a Santa Bárbara de Assis, foi inaugurada a mais nova pousada, que leva o nome da Santa e é contígua à de São Francisco de Assis, onde funcionava o seminário.
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Os hóspedes das duas pousadas podem desfrutar do Benedetto Corso, passeio de tuc-tuc com trator guiado por um dos frades, culminando com um brinde com espumante no mirante em meio aos parreirais.
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As refeições são oferecidas nos restaurantes Fratello Sole e Sorella Luna, com mesa farta, repleta de delícias da imigração italiana.
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O café da manhã é um desafio à gula.
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Aos domingos à tarde, os não hóspedes podem compartilhar do Café dos Frades, na Osteria del Frati, uma representação completa dos tradicionais cafés servidos pelos imigrantes aos religiosos em visita a suas residências e comunidades. O frade era recebido com mesa farta de comidas típicas, doces e salgadas.
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Cave dos Frades
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A vinícola, sob o comando do frei Djair Galvan, produz vinhos de mesa, vinhos finos (Moscato, Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Cabernet Franc, Pinot Noir e Tannat), suco de uva, um vinho licoroso e o Vinho Santo. Este último, conhecido como Vinho de Missa, tem regras impostas pelo Vaticano: deve ser elaborado com uva sã, sem conservantes e ter uma autorização especial do Bispo. Elaborado com uva Isabel, segue o estilo do vinho do Porto e tem graduação alcóolica de16%. É harmonizado com sobremesas e chocolate.
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Duas experiências são oferecidas aos hóspedes: o jantar à luz de velas em meio a gigantescas pipas de madeira e a cerimônia de dividir o pão na távola rústica, com 13 lugares, que reproduz a mesa da Santa Ceia, quando são servidos o pão ázimo acompanhado do vinho Santo, embalados por cantos gregorianos.
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Vila Flores
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O pequeno município de 3.500 habitantes tem uma população predominantemente de descendentes italianos e foi emancipado em 1988. Integra o Roteiro Termas e Longevidade, que inclui os municípios de Nova Prata, Protásio Alves, Veranópolis e Cotiporã. Em passeio pela cidade, vale visitar a Igreja Matriz, com lindos vitrais.
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Imperdível uma chegada até a Villa do Pão, instalada na Casa Fiori, uma das antigas construções da cidade, com 110 anos. Uma tentação, onde tudo lembra cozinha de casa de vó.
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Dos paninhos de crochê às compotas e geleias, dos pães aos biscoitos, além das irresistíveis cuecas viradas.
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No local, funciona também um pequeno museu de utilitários dos imigrantes que povoaram Vila Flores.